CONEXÕES INTERNACIONAIS: ARQUITETURAS ESTRANGEIRAS EM BRASÍLIA

Publicado
2019-12-31

    Autores

  • Sylvia Ficher UnB
  • Paulo Roberto Alves dos Santos

Resumo

Poucos se lembram ou sequer se dão conta, mas graças ao status de Capital Federal, Brasília é possuidora de um excepcional acervo de arquitetura estrangeira, quase todo ele constituído por complexos diplomáticos. Localizado nos Setores de Embaixadas Sul e Norte, neles se encontram, além das representações nacionais, diversos organismos internacionais. Ampliando o interesse cultural, em suas edificações estão abrigadas significativas coleções de obras de arte, assim incorporadas ao patrimônio da cidade. Na perspectiva urbana, estes dois setores findaram por ser uma grande exposição de obras de profissionais de renome, verdadeiro ponto de encontro do pensamento arquitetônico internacional, no qual predominou a expressão brutalista. A lista de edifícios e seus autores é extensa, o que explica a grande variedade de soluções adotadas, em que é sempre possível distinguir características típicas do país de origem. Mas há também diferentes graus de ênfase. Em grande parte das embaixadas prevalece a intenção de refletir a modernidade tanto de seu próprio país como a de Brasília; em algumas delas, no entanto, o objetivo é dar destaque à arquitetura tradicional e, finalmente, há aquelas em que ambas as alternativas foram harmonizadas ou convivem – bem ou mal – lado a lado. Examinando este conjunto, começando com os exemplos de mais evidente caráter moderno, não surpreendentemente que os projetos mais significativos sejam aqueles dos países europeus e americanos. Entre os primeiros, destacam-se as embaixadas da Alemanha (1964-1971), de Hans Scharoun; da França (1972-1974), de Guillermo Jullian de la Fuente; Portugal (1972-1978), de Raul Chorão Ramalho; e da Itália (1973-1976) de Pier Luigi Nervi. Quanto às representações latino-americanas, dentre as mais relevantes estão as embaixadas do Peru (1973-1974), de Jacques Crousse e Jorge Paez; do México (1973-1976), de Teodoro González de León, Abraham Zabludovisky e José Francisco Serrano; do Chile (1974-1977), de Juan Echenique Guzmán e José Cruz Covarrubias; do Uruguai (1978-1980), de Mario Paysse Reyes. Recentíssima foi a inauguração da embaixada argentina (1994-2011), projetada pelo Estudio MSGSSS. Menos ligadas ao Movimento Moderno, algumas embaixadas têm como principal característica a referência à cultura tradicional dos seus países. Bons exemplos desta orientação são as embaixadas da Turquia (1977), de İlhami e Cetin Ural; da República da Coreia (1973), de Chang Sik Han; e do Marrocos (1981), de Mustafa Zeghari. Um último grupo particularmente interessante é aquele das embaixadas que buscam em sua expressão arquitetônica combinar uma estética moderna com a tradição nativa – muitas vezes resultando na convivência de edificações apresentado linguagens distintas. Este é o caso da embaixada do Japão (1970-72 e 1976), construída em duas etapas, projetadas respectivamente por Yoshimi Ohashi e Fumihiko Maki.

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Como Citar
FICHER, S.; SANTOS, P. R. A. dos. CONEXÕES INTERNACIONAIS: ARQUITETURAS ESTRANGEIRAS EM BRASÍLIA. Revista Thésis, Rio de Janeiro, v. 2, n. 5, 2019. DOI: 10.51924/revthesis.2018.v2.208. Disponível em: https://thesis.anparq.org.br/revista-thesis/article/view/208. Acesso em: 28 dez. 2024.