Um dedo na ferida. Um balanço [necessário] sobre a discussão de gênero no Brasil através dos eventos especializados em Arquitetura e Urbanismo, 1986-2023.
Resumo
É possível afirmar que a discussão sobre gênero no campo da arquitetura e do urbanismo no Brasil é relativamente nova e não tem, provavelmente, mais do que cinco anos; ou seja, ela se torna mais consistente, recorrente e contundente mais ou menos a partir de 2020. O início da pandemia no Brasil e as restrições de isolamento que se estenderam até 2021, paradoxalmente, impulsionaram uma avalanche de Encontros, Seminários, Conferências, Lives, Mesas Redondas virtuais, etc. Nesse contexto é que surgem algumas indagações como: no caso dos eventos consolidados como o ENANPUR, os SHCU e o ENANPARQ, como essa questão vem sendo abordada? Qual espaço e a partir de quando a questão do gênero aparece? Quais perspectivas são favorecidas ou discutidas? Quem escreve sobre? A análise realizada nos revelou um panorama bastante negativo, podendo afirmar que a discussão sobre a temática é praticamente inexistente. Sem dúvida, os resultados apontados neste artigo servem como uma autocrítica para nossa área, como uma forma de colocar o dedo na ferida para que possamos reagir diante desse aparente desinteresse.
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Referências
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