Camadas de autoconstrução na moradia popular latino-americana
o conjunto se transforma com a chegada da favela
Resumo
Os conjuntos habitacionais têm sido recorrentemente adotados como forma de responder uma ampla gama de necessidades habitacionais nas cidades latino-americanas. A análise das imagens mobilizadas aqui destaca a mitificação desses complexos como formas totais, fantasiosamente capazes de atender às demandas habitacionais com estabilidade. O mito não se sustenta nem em sua origem nos países centrais do capitalismo, nem em sua periferia, onde são produzidos com parâmetros rebaixados. A profusão de puxadinhos que tendem a ser produzidos nesses complexos seria um sinal dessa insuficiência? Quando a favelização os expande, transformando a arquitetura desses conjuntos, estaríamos assistindo a uma espécie de generalização da autoconstrução que decorre de um processo adaptativo diante de tantos anseios no entorno do habitar? A expressiva quantidade de ampliações autoconstruídas, elucidadas sobre a produção pública de conjuntos habitacionais, aqui tratada através de um mosaico de casos urbanos em cidades latinas, nos faz indagar sobre o papel exercido pela autoconstrução na atualização da forma e da vida nos referidos conjuntos.
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Referências
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