Arquitetura assistencial e saúde: discutindo concepções e protagonistas
Resumo
Inscrita no corpo das investigações sobre a arquitetura da saúde, a definição de concepções da Arquitetura, cumprindo o papel de ‘auxílio’ proposto sob o signo da caridade, da filantropia e da assistência, constitui o cerne deste artigo. Propõe-se destacar o projeto de arquitetura, considerando o entrelaçamento desses dois campos de saber: arquitetura e saúde, na trajetória histórica da instituição hospitalar, seja em aspectos físico-funcionais, estéticos, médico-científicos, tecnológicos, geográficos, socioculturais, políticos ou econômicos. Cumpre ainda compreender a Arquitetura assistencial no contexto de seus financiadores e projetistas, sejam eles monarcas, arquitetos, médicos, mecenas, filantropos ou instituições, acentuando os trânsitos entre Brasil e Portugal, nos séculos XIX e XX e o diálogo com pesquisadores de outros domínios territoriais. Este artigo, que apresenta os resultados da sessão que compôs o IV ENANPARQ, faz parte do Grupo de pesquisa “Saúde e Cidade: arquitetura, urbanismo e patrimônio cultural", registrado no Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq (Brasil), reunindo pesquisadores da Universidade Federal do Pará e da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e busca dar continuidade ao Colóquio Internacional Arquitetura assistencial luso-brasileira da Idade Moderna à contemporaneidade: espaços, funções e protagonistas, realizado em novembro de 2015 em Lisboa, em cooperação entre a Universidade Federal do Pará, a Universidade de Lisboa e a Universidade Lusíada, integrando neste painel a Universidade Federal de Alagoas. No âmbito das pesquisas realizadas por esse Grupo, as investigações sobre a arquitetura da saúde ampliaram-se, ganhando novos contornos com o diálogo interinstitucional, no Brasil e Além-Mar, abrangendo a assistência à saúde da população de um modo geral e suas especificidades como a institucionalização da assistência à saúde do trabalhador, sempre entendidas a partir da materialidade da Arquitetura, em que aspectos estéticos e técnicos somam-se às demandas socioculturais.