Entre o projeto e o cotidiano: O caso Guajuviras
Resumo
Entre o projeto do Conjunto Habitacional Guajuviras concebido em função de uma política habitacional e o cotidiano vivido dos seus moradores em função das sucessivas ocupações e apropriações no tempo há uma história repleta de conflitos e tensões. Este artigo objetiva resgatar tal história enfatizando os contrastes existentes dentro deste conjunto produzido e implantado em Canoas/RS entre as décadas de 1970 e 1980 a partir da Companhia de Habitação (COHAB) local e do Banco Nacional da Habitação (BNH) e ocupado irregularmente no dia 17 de Abril de 1987. Tal situação se repetiu em outros casos na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) e é decorrente do choque entre as ações estratégicas de quem concebe o projeto a partir de uma politica e as ações táticas de quem vive o cotidiano do lugar. Esta relação se manifesta no espaço percebido das práticas gerando continuidades e descontinuidades que repercutem no dia-a-dia das pessoas. Hoje o que se observa no “Guaju” como é popularmente conhecido é um mosaico de territórios distintos que ora se aproximam e ora se afastam em função das dinâmicas cotidianas desenvolvidas pelos moradores.