A Festa de Iemanjá: o espetáculo na vitrine

Publicado
2016-11-30

    Autores

  • Maria Isabel Costa Menezes da Rocha Universidade Federal da Bahia
  • Milene Migliano Universidade Federal da Bahia

Resumo

A cidade de Salvador apresenta diversas festas de santos padroeiros e orixás homenageados ao longo do ano. Conhecidas como  “Festas de Largo”, são momentos de encontros entre o sagrado e o profano, entre católicos e o povo-de-santo, entre o ritual, o espetáculo e a diversão. Estas festas são consideradas patrimônio imaterial, símbolos identitários de Salvador, e também da Bahia de Todos os Santos.

Ao assumir uma manifestação cultural como identitária de uma cidade, de um povo, antes de coloca-lá na vitrine para o mundo ver e desejar pertencer (a)aquilo, é realizada a prática de uma estetização estratégica de tal manifestação por parte do poder público, em consonância com os anseios de empresas diretamente envolvidas e que podem vir a se beneficiar do novo negócio. Para responder à pergunta “políticas (urbanas) de matriz identitária podem ser estrategicamente planejadas?” (Arantes, 2000, p.14), vemos acontecer a ordenação da festa, como a dedicada a Iemanjá, em Salvador.

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Referências

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Como Citar
ROCHA, M. I. C. M. da; MIGLIANO, M. A Festa de Iemanjá: o espetáculo na vitrine. Revista Thésis, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, 2016. DOI: 10.51924/revthesis.2016.v2.31. Disponível em: https://thesis.anparq.org.br/revista-thesis/article/view/31. Acesso em: 26 abr. 2024.