Projeto regenerativo para campus universitário
Resumo
O crescente campo de projeto regenerativo, emergiu da visão de que não devemos apenas impactar menos, mas redefinir o que o ambiente abrange e qual o seu papel. Acredita-se como único caminho para promover resultados mais eficazes, que o impacto e a intenção deverão ser positivos, o que significa estar e se sentir conectado com o mundo natural, coevoluindo com os sistemas do meio ambiente. Para isso entende-se que os profissionais deverão ir em direção a um modelo regenerativo baseado nas relações entre sistemas naturais e culturais, e uma profunda compreensão das características regionais, reconhecendo a interdependência entre humanos e a natureza. Um caminho em busca de impactos mais positivos na natureza é compreender que as universidades têm um papel fundamental nesse processo e responsabilidade social com o desenvolvimento da sociedade, particularmente através da educação de futuros profissionais e do seu exemplo na propagação da conscientização pública sobre as questões ambientais. Diversas universidades têm buscado promover a sustentabilidade nos seus sistemas elementares, como o ensino, pesquisa, extensão comunitária, autoavaliação, relatórios, além das operações do campus, que dizem respeito às atividades que envolvem consumo de energia e água, emissão de gases de efeito estufa, geração de resíduos sólidos, compra de alimentos, transporte, entre outros. Mas são soluções pontuais, e a realidade percebida nas áreas das universidades aponta uma direção contrária. Desde 2016, esses temas formam a base de experiências acadêmicas relacionadas ao campus principal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tendo como ponto de partida a universidade como parte de um ecossistema delicado e importante para todas as redes naturais da região. Se os acadêmicos concordam que nosso planeta possui sistemas complexos que funcionam mal e são insustentáveis, as universidades possuem o potencial e a responsabilidade de liderar uma mudança significativa. Nesse sentido, as experiências acadêmicas têm como objetivo o projeto regenerativo transdisciplinar baseado na investigação do papel dos principais cursos d’água do campus para o futuro da universidade. O artigo descreve as experiências apresentando o potencial do ateliê de projeto multidisciplinar como uma abordagem de aprendizagem para outras áreas de estudo.
Downloads
Métricas
Referências
BENYUS, J. Biomimicry: Innovation Inspired by Nature, New York: Harper Collins Publishers, Inc. (1997)
BERKEBILE, B, and MCLENNAN, J. The Living Building, The World and I Magazine, Washington, DC. (1999)
BRUNDTLAND, G. H. Report of the world Commission on Environment and Development: Our Commom Future. Oxford: Oxford Univ Press. (1987).
CAVALCANTE, S., & ELALI, G. Temas básicos em Psicologia Ambiental. Petrópolis: Vozes. (2011)
GIRARDET, Herbert. “Sustainability is unhelpful: we need to think about regeneration.” The Guardian 10 (2013). Visitado em 27 de Junho, 2019. https://www.theguardian.com/sustainable-business/blog/sustainability-unhelpful-think-regeneration.
HES, D, and du Plessis C. Designing for Hope: Pathways to Regenerative Sustainability, New York: Routledge. (2015) DOI: https://doi.org/10.4324/9781315755373
HODGIN, S. Living built environments: getting to the next generation of green buildings. Master’s of Science thesis, Colorado State University, Fort Collins, CO. (2008)
LASZLO, E. Quantum Shift in the Global Brain: How the New Scientific Reality Can Change Us and Our World. Vermont: Inner Traditions. (2008)
LYLE, JT. Regenerative Design for Sustainable Development, New York: John Wiley & Sons, Inc. (1994)
MANG,P.; REED,B.Regenerative Development and Design. Encyclopedia Sustainability Science & Technology, p.p. 1-44.(2012) DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-4419-0851-3_303
MCDONOUGH, W, and BRAUNGART, M . Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things, New York: North Point Press. (2002)
McHARG, I. Design with Nature. New York: Doubleday. (1969).
MANG P, and REED, B. ‘Regenerative Design and Development: Current Theory and Practice.’ Journal of Building Research and Information. 40(1), 22-38.(2012) DOI: https://doi.org/10.1080/09613218.2012.617516
MORIN, E. Meus Demônios. São Paulo: Bertrand Brasil. (2000).
ORR, D. Earth in Mind. Washington D.C.: Island Press. (2004)
REED, B., The integrative design guide to green buildings: Redefining the practice of sustainability. Vol. 43. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons. (2009)
SCHÖN, Donald A. “Toward a Marriage of Artistry & Applied Science in the Architectural Design Studio.” Journal of Architectural Education 41, no. 4 (July 1, 1988): 4–10. DOI: https://doi.org/10.1080/10464883.1988.10758496
Copyright
Copyright (c) 2023 Marila Filártiga, José Ripper Kós
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.