Maré, um complexo de aterros

Publicado
2025-12-16
Palavras-chave: Maré, Parque Uruçumirim, Parque do Flamengo, chão, aterro, infraestrutura Maré, Uruçumirim Park, Flamengo Park, ground, landfill, infrastructure

    Autores

  • Ana Luiza Nobre PUC-Rio; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-graduação em Arquitetura https://orcid.org/0000-0002-0465-6504

Resumo

Este trabalho parte do cruzamento entre dois dos maiores aterros do Rio de Janeiro - o Parque do Flamengo e o complexo de favelas da Maré, ambos construídos sobre a Baía de Guanabara no último século - com o intuito de ampliar a discussão sobre processos de colonização/modernização/urbanização de uma cidade que vem mantendo lógicas de dominação expressas na sua atual configuração socioespacial, mas ao mesmo tempo sustentando, em contraposição, práticas de territorialização e comunalização firmemente aterradas. O chão da Maré emerge assim como um complexo de múltiplas camadas ligadas à formação histórica, territorial, política e paisagística da cidade, bem como uma bioinfraestrutura (Puig de la Bellacasa, 2014) que dá suporte a modos multiformes e multiespécies de resistências criativas.

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Como Citar
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