A Economia Doméstica e a contribuição feminina na Arquitetura Moderna
Resumo
O curso de economia doméstica teve início nas escolas femininas de meados do século XIX, quando meninas começaram a ter mais acesso à educação. O presente artigo foi resultado de um trabalho de mestrado sobre as demandas da Escola Profissional Feminina de São Paulo em seus primeiros anos de existência. A partir de uma análise do currículo dessa escola e de outros estudos de caso, foi possível constatar que a evolução de cursos como esse, lecionados especificamente para mulheres, pelo vínculo ao lar, aperfeiçoou ou derivou em diversos outros cursos e profissões. Algumas mulheres, sejam elas jornalistas, professoras ou donas de casa, escreveram livros e artigos sobre o assunto e forneceram subsídios para o amadurecimento da economia doméstica enquanto ciência. Uma das contribuições foi para a arquitetura e o estudo do uso racional do espaço que era enfoque de arquitetos modernistas, aos quais há indícios de que prestaram consultoria. Como conhecedoras do trabalho no ambiente doméstico, essas mulheres começaram a observar e repensar a disposição ideal de mobiliário e equipamentos tanto para cozinhas quanto em outros ambientes da casa. Elas demonstraram através de comprovação científica e conceitos tayloristas, o quanto o desperdício de tempo causado por um projeto mal resolvido poderia afetar seu cotidiano e o bem-estar da família, do marido trabalhador e consequentemente da economia do país.
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